17º dia: Viva!

segunda-feira, agosto 26, 2013 Rica Matsu 0 Comentarios



Acordou de manhã com a cara amassada. Sem ânimo, bêbado de sono. Nem tomou café e saiu para mais um dia de engarrafamento até chegar ao trabalho. Depois de exercitar joelhos e panturrilhas nos pedais do autoimóvel, ficou feliz ao encontrar a última vaga bem em cima do canteiro entre um estacionamento e outro. Pronto. Ele já estava preparado para começar mais um dia de trabalho na repartição. Esperou o elevador e, aos que estavam lá dentro, deu bom dia – como quem levou um cutucão da mãe quando não pede bença pra tia. Sentou-se na cadeira e ligou o computador. Observando o girar infinito do cursor a carregar os programas, desejava que o navegador abrisse logo na página do jornal para ver, e depois comentar entre seus colegas de trabalho, os acidentes mais incríveis do dia. Poderia ser um enredo de um filme de terror moderno. Só que não. É a realidade bastarda de muitas pessoas que vivem no modo automático do deixa a vida me levar. Esse piloto só leva ao seguinte destino: O Grande Vazio Interior.

Quem vive com a Síndrome de Zeca Pagodinho, pode até levantar as mãos pro céu e ser fiel, mas está longe de agradecer de forma sincera o destino que deus lhe deu. A realidade descrita acima é um retrato bastante comum da atualidade. Pessoas deixam de seguir seus sonhos em troca de uma vida supostamente segura, sem riscos e com emprego garantido. Priorizam um padrão enfadonho de sociedade que resumem suas vidas em diversas outras síndromes: síndrome da segunda-feira, síndrome da reclamação adquirida, síndrome do prazer por conteúdo negativo, entre outras. Falta de coragem ou medo de ser você mesmo?


Já reparou que as crianças acham que podem tudo e na maioria das vezes não tem medo de nada? Lembro-me de ouvir uma história onde um garoto amarrou uma toalha no pescoço, subiu no telhado e quase pulou como o Superman. Irresponsabilidade, não? Um adulto nunca faria isso. A questão é o quanto somos tolhidos desde pequeno para que não nos arrisquemos a ser o protagonista de nossas vidas. ATENÇÃO, CRIANÇAS! NÃO FAÇAM ISSO EM CASA! ALIÁS, DO SOFÁ PARA UMA COLCHÃO INFLÁVEL PODE ATÉ SER, MAS COLOQUEM TAMBÉM UM EDREDOM BEM MACIO PARA AMORTECER A QUEDA. Voltando... Preferimos manter um padrão medíocre e confortável de sociedade para que não sejamos repreendidos pelos nossos pais, família, igreja ou qualquer outra entidade que sabe o que é melhor, o que tem que ser, o mais correto.

Lembra-se do curioso caso de Benjamin Button? "Se quer saber nunca é tarde demais (ou no meu caso, cedo demais) pra ser quem você quiser ser. Não há limite de tempo, comece quando você quiser. Você pode mudar, ou ficar como está. Não há regras pra esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa. Espero que encare de forma positiva. Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com pontos de vista diferentes. Espero que tenha uma vida da qual se orgulhe. E se você descobrir que não tem, espero que tenha forças pra conseguir começar novamente."

E esse texto de Marianne Williamson, que não há adjetivos suficientes para descrever: “O nosso medo mais profundo é nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta. Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso e fabuloso? Na verdade, que é você para não ser? Você é um filho do Universo! Bancar o pequeno não serve ao mundo. Não há nada de iluminado em se encolher para que outras as pessoas não se sintam inseguras ao seu redor. Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós. Não é apenas em alguns de nós, está em todos. E quando deixamos nossa luz brilhar, inconscientemente damos permissão às outras pessoas para fazerem o mesmo. Quando nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente liberta os outros.”

E como dizia Charles Chaplin: "A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando... E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?"


O texto termina aqui por excesso de reflexões que sempre finalizam com uma voz dizendo: Viva!

rica

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