14º dia: Minimalismo

sexta-feira, agosto 23, 2013 Rica Matsu 4 Comentarios



Hollister, Michael Kors, Victoria’s Secret, Apple, MAC, Nike, Guess, Louis Vuitton. Nomes de sonhos de consumo atuais para a maioria da nova classe média brasileira. Usufruir de qualquer destas marcas é quase uma necessidade de amor preenchida.  As pessoas enxergam nesses produtos reconhecimento, dignidade e respeito. Ou qualquer outro valor saudável, substituído ao longo do tempo por coisas sintéticas. Na contramão do mundo encantado da Disney, os adeptos do minimalismo vivem com menos, porém mais intensamente. Estão prontos para aproveitar os prazeres reais da vida, com menos tralhas e mais significado.

Viver mais com menos, esta é a essência do estilo de vida minimalista. Sem causa aparente, não tem características de um movimento, apesar do nome herdado da classe artística do passado. A busca de uma vida com mais propósito ou uma reflexão sobre o consumismo, e até a sensação de vazio por excesso de posses são, entre outros motivos de superficialidade detectada, desencadeadores deste convite à simplicidade.

O entulho de todas as tralhas sejam elas eletrônicas, cosméticas ou têxteis, ficou no passado recente de várias pessoas que adotaram o estilo. Não só a classe média. Os mais ricos também estão deixando o alto padrão em nome de uma vida onde menos é mais. Há ainda uma tendência eco tecnológica de reduzir os pertences a um smartphone e uma bicicleta. A mobilidade e o minimalismo andam juntos.


A indústria do consumo subsidiada pelo governo, aliada aos meios de comunicação, transforma pessoas em agentes de proliferação de bens muitas vezes dispensáveis, comprados apenas por vaidade e egocentrismo inútil. Parece existir uma falta de sentido suprida por uma necessidade cada vez mais crescente de consumir. A mídia é a grande estrela condutora deste ciclo de falsos prazeres. A televisão e seus merchandisings novelescos, pregam o quando mais TER melhor, em detrimento do que é mais importante.

Dentro deste mar de complexidades, iscas de desapego são fisgadas num movimento tímido que ganha novos adeptos todos os dias. O blog Becoming minimalist, de Joshua Becker, possui mais de 200 mil leitores mensais e é referência no assunto. Fernanda Marinho e Ludmila Siqueira, são duas brasileiras minimalistas que colocam suas experiências - focadas no essencial - em seu blog Minimalizo. Mais que uma reflexão prática sobre o consumo, o minimalismo considera todos os aspectos da vida, principalmente a qualidade do nosso tempo livre. É como fazer um limpa nas preocupações. Destralhar mente e espírito. Para os mais espiritualistas é ritual de purificação.


Os que já têm certa tendência sentem-se muito confortáveis ao verem seus recursos aumentarem, conforme dizem adeus as coisas que não são mais tão necessárias assim. Quem conheceu agora, pode olhar torto ao confundir com uma espécie de pobreza declarada. Não é fácil se desprender de tantas coisas que, em princípio, nos parecem essenciais. De alguma forma, fazem parte de nossas histórias. Existe grande apego material e sentimental em jogo. Normal. Mas o que mais chama atenção neste modo de vida é uma sensação comum mencionada por todos seus adeptos: liberdade genuína, legítima, natural e verdadeira. Eis a essência do minimalismo.

rica

4 comentários:

  1. Parabéns pelo Texto! Quero ter uma vida minimalista. Acho que assim farei menos bagunça com minhas tralhas. Sensacional!!! hahaha Até a mente fica mais organizada.

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    1. Valeu! Estou nesse caminho é restaurador. Menos coisas para se preocupar, mais vida para se viver!

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  2. ¨“Simplicity is the ultimate sophistication”

    Valeu Rica...continue escrevendo. Você tem muito talento. Gosto de passar por aqui. Sempre me faz refletir. Beijão.
    Carla Sorneta

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    1. Oi Carlinha!! É um caminho maravilhoso. A atenção é voltada com prioridade para o que verdadeiramente importa na vida. Vamos trilhando! Obrigado pelo elogio! Mais um dia ganho! Passe sempre, é sempre um prazer contar contigo. O sítio é seu! Gde beijoo!

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