15º dia: A grande wi-fi da vida

sábado, agosto 24, 2013 Rica Matsu 0 Comentarios




Quem assistiu Avatar se lembra da conexão entre os habitantes do planeta e a natureza. Mais do que isso, era devoção. Esse tipo de amor está longe da realidade nos dias atuais. Imagine se você visse alguém na rua beijando uma flor ou abraçando uma árvore? O que vem à cabeça? O cara pirou, não é? Talvez. Se acha comum uma atitude dessas, parabéns! Você, sim, é normal. Um ser humano antenado com os valores universais da natureza, aliás, da sua própria natureza. Na era atual, não se fala em mais nada a não ser sobre estar conectado às redes – sociais e virtuais. São poucos os que estão genuinamente plugados na “grande rede”. Estamos conectados com tudo, menos com a natureza. Isso não é nada bom. Ficamos pendurados na teia da vida.

O homem se afastou da natureza de tal forma que não consegue se ver mais como parte dela. Coloca-se dono de uma propriedade. Um grileiro em escala global. Pode ser fruto de uma ambição sem escrúpulos de um animal que começou a pensar e a andar com duas pernas.

A sustentabilidade é uma questão que só agora tem se tornado pauta para um mundo melhor. As pessoas vivem (ou sobrevivem) como se houvesse alguma catástrofe natural que nos assola. As grandes corporações e governos – os “donos”, ainda não se conscientizaram. Mantêm ainda o mesmo pensamento do bípede metido a besta. O urbanismo exacerbado que desvirtuou todo o ecossistema, o consumo desenfreado; toda essa inversão de valores nos desconecta de nossa origem. A sorte é que grupos isolados estão em plena atividade para impedir o avanço desta idioteologia, trabalhando para reverter o pensamento alienado destes que herdaram a cisão de seus cordões umbilicais com a Mãe.


 As crianças de hoje raramente pisam na terra. Não sabem diferenciar um mamão de um abacate. Sim. O documentário “Muito Além do Peso (2012)” mostra isso e algumas outras bizarrices. Não precisa ir muito longe, ao perceber que temos muitas alergias a coisas que existem desde o florescer do Big Bang! Somos alérgicos ao pólen na primavera. A falta de exposição à natureza pode aumentar a incidência de asma, segundo estudo recente realizado na Universidade de Helsinque, na Finlândia.

Com certeza você sabe como são mais saudáveis as pessoas que vivem em áreas rurais. Grande parte das pessoas que moram nas cidades tem deficiência de vitamina D no organismo. Elas não têm tempo para pegar um sol e fazer uma caminhada pela manhã. Ou ainda estão impedidas pelas condições de onde moram: sem áreas verdes, no meio da selva de pedra. Existe ainda a pavimentação de certas áreas das cidades que estão a todo vapor. Na rua onde moro, por exemplo, acabaram de substituir jardins por estacionamentos em volta dos prédios. Mais carros, menos ar puro. Mais tijolos, menos flores.


Vamos todos sair da cidade e morar no mato? Longe disso. É preciso sim percorrer uma longa distância, que vai dos tênis de marca aos pés descalços no chão. Do oxigênio das matas a nossa respiração. Voltar à consciência, replantar as origens. Reconectar. Lembrar de que não somos seres separados da natureza. Sempre fomos conectados a ela na grande wi-fi do sinal da vida.

rica

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