Segunda é um dia bom
Nada de memezinho descrente no início da semana.
Basta chegar segunda-feira, pra todo mundo postar aquela fotinho nas redes
sociais exaltando o poder, quase degenerativo, do dia. Declarações de
insônia e cansaço também são frequentes. Coitada! A segunda nunca foi tão
vilipendiada em todo o calendário cristão como nos dias de hoje. O resultado é
que as pessoas transferem suas frustrações para um dia da semana, na tentativa
de diminuí-las. É uma forma de burlar o ato de agir, um subterfúgio.
Síndrome de Garfield. O motivo mais comum para essa
doença é o desgosto pelo que se faz. Pode ser o trabalho, o estudo, seja lá
qual for a rotina. Dando a real, se você é parente do gatinho de Jim Davis,
saiba que isso não é nada fofo. Nada contra os que gostam de curtir uma certa
preguiça, isso é outra coisa. “Tenho que ir trabalhar” é um mau-mantra.
Domingo à noite bate aquela vontade de esticar o
final de semana pra não chegar segunda-feira. Quem nunca ficou acordado até
mais tarde no domingo pra ver se isso dava certo? E não dá mesmo. Pode dar
olheiras, cansaço e atrasos. Depois de um tempo fica tão automático quanto
aqueles vários “adiar” no botão do celular. Mesmo que não tenha o hábito de levantar
cedo, imagine acordar nas segundas-feiras com a mesma vontade que desperta no
domingo. A sensação de um dia proveitoso da sua vida. Qual a diferença desses
dois dias? O trabalho, ter que enfrentar algo, ou conviver com alguém?
Segunda-feira: s.f. Sedentarismo,
mal humor, cansaço interminável, dores de cabeça, vontade de ficar na cama.
Plural: o inferno. Esse tem sido o significado pra
muita gente.
Algo
está fora da ordem, não é? Isso sem contar que em nosso calendário a semana
começa no domingão. Mude. Dê a sequência correta na semana. Se domingo é o dia mais feliz, nada mais
justo que a segunda-feira seja a continuação deste bem-estar. Seja mais Odie,
menos Garfild. Segunda-feira não é o patinho feio.
rica
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