10º dia: Desista!
Eu desisto, não quero mais brincar! É comum a gente
falar assim quando as coisas vão mal. Muitas vezes insistimos tanto em conseguir
alguma coisa até dar certo. Outras pessoas desistem por diversos motivos: medo,
impaciência, frustração, indiferença. Aos olhos do senso comum desistir é sinal
de fracasso. Em linguagem chula: o pedir arrego, o não deu conta. Este é um “conceito
verde”. A desistência pode ser uma estratégia para corrigir o curso na jornada
e, dessa forma, chegar mais rápido ao que se deseja.
Grande parte das pessoas desiste de seus objetivos
por comodidade. Lá vem ela. É sempre ela: a Zona de conforto! Existe, hoje, a
tendência crescente de optar pelo mais fácil, pelo menor esforço, pelo
conveniente. As novas gerações estão chegando com esta característica. Os
papais e mamães de plantão que nos digam. Chamo de “a filosofia do Jaiminho”.
Todo mundo quer evitar a fadiga. Inclusive nós. A preguiça e a indolência são
contagiosas, quando não se tem um objetivo definido. Nunca estaremos salvos de
desistir diante de alguma situação. Porém, é válido fazer uma análise sobre a
questão. A desistência pode ser saudável.
Ao contrário do nosso velho carteiro, muitas vezes não
falta disposição. Insistimos bastante em determinada coisa que está na cara que
não vai dar certo. Ou para fazer bonito, ou para cair na armadilha sorrateira
da concorrência. No estilo “eu não posso ficar por baixo”. Agora, digamos que
aquele conceito verde, citado antes, amadureceu e a pessoa vê a desistência de
uma forma estratégica. Menos orgulhosa, não passional. Poderá ganhar tempo como
se estivesse corrigindo o caminho ao pegar um atalho errado.
Há casos de estudantes universitários que abandonam
o curso no último semestre para fazer outro em que se sentem mais motivados.
Eles desistiram e com isso perderam muito tempo. Era melhor terminar logo e ter
um diploma, certo? Quem sabe estariam perdendo tempo, também, em continuar num
caminho que poderia levar a lugar algum. A carência de profissionais
apaixonados pelo que fazem é muito grande no cenário atual. Tudo isso pode
estar acontecendo por falta de desistência. Insistência em convenções
supostamente tradicionais, em detrimento de um abster-se motivado por paixões.
Concurso público é outro dos paradigmas prestes a
ser quebrado. Existe um mito de que se faz até passar, e depois, aí sim pode ingressar
numa faculdade para “fazer o que gosta”. Pragmático, não? De outro lado, cresce
em proporções ainda maiores os que optam por uma carreira com mais propósito.
Profissionais estão desistindo de seus empregos formais para se dedicar ao que
lhes ofereçam maior bem estar. Parar no meio de um curso está sendo visto como
um acerto de rota, não mais como indecisão. São tendências das capas de
revistas.
Muitos
ainda desistem de suas metas ou desejos baseados em perda de energia,
tendenciosos a sugestões alheias e imposições. Contudo, pode-se mudar de
direção a qualquer momento. Desistindo mesmo, de forma saudável. A desistência
que é sinônimo de renovação.
rica
Verdade, verdade, verdade...
ResponderExcluirCarla
Me questiono muito sobre desistir de alguma coisa. Tem gente que acha que desistir é sinal de fraqueza e assim persiste em coisas apenas por orgulho. Então se for para o bem, desistir na hora, né. :D
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